Pela CLT, muitas empresas são obrigadas a fazerem o controle de ponto, mas deixa aberto os meios de fazer o registro. Assim, uma das formas de se fazer isso é por meio do controle de ponto britânico.
Para garantir a adequada observação das principais leis trabalhistas é preciso que os horários de entrada e saída sejam controlados por meio de registros adequados. Ponto britânico é justamente uma dessas formas de registro. Entretanto, essa é uma técnica que deve ser evitada dentro das organizações, sobretudo nas maiores.
Isso porque o ponto britânico é marcado de forma não precisa e nada segura. Ao contrário do controle realizado por meio de softwares precisos.
Ponto britânico é a expressão usada quando os horários de entrada e saída são marcados manualmente sem respeitar fielmente os minutos a mais ou a menos que foram trabalhados. Inclusive algumas vezes os horários são marcados dias depois.
Na sua empresa o controle de ponto é dessa forma? Então, continue lendo e entenda o porquê você deveria evitá-lo!
Entenda melhor o ponto britânico
O nome “ponto britânico” deriva da cultura de pontualidade britânica. Assim, os registros são fixos, todos os horários são os mesmos de entrada e saída. Então, não ocorre nenhuma diferença de minutos e segundos de um dia para o outro, como é a realidade.
Assim, vamos pensar em uma jornada de 8 horas de trabalho diárias. A entrada seria sempre marcada às 8:00h da manhã. Enquanto as saídas seriam pontualmente às 17:00h da tarde, sendo de uma hora a pausa intrajornada.
Sendo assim, o maior problema do controle de ponto britânico é o desrespeito ao tempo real de trabalho diariamente. É muito comum que o funcionário trabalhe mais do que essas oito horas, mas nesse caso a hora extra não é computada. O mesmo vale para atrasos que não são registrados.
No entanto, de acordo com a Consolidação das Leis de Trabalho, a jornada de trabalho não deve ultrapassar oito horas diárias.
Caso seja necessário, o trabalhador pode realizar até duas horas a mais por dia. Contudo, elas são computadas como hora extra e, por isso, devem ser devidamente compensadas ou pagas com acréscimo.
O ponto britânico não é permitido por lei.
É justamente por não permitir essa regulação adequada do tempo diário de serviço que o controle de ponto britânico não possui valor legal de acordo com a Lei nº 13.874, de 2019. Ou seja, caso venha acontecer um processo trabalhista não será possível usar os registros como prova. E sabemos o que isso irá significar para empresa…
Isso acontece principalmente porque esse tipo de controle é passível de fraudes. Além dos diversos problemas já citados. Por isso é preciso evitar o ponto britânico. Com ele a empresa estará descumprindo com a legislação brasileira.
Portanto, faz-se necessário que as empresas revejam os seus métodos de registro das jornadas de trabalho. Assim, evitando ao máximo a utilização do controle de ponto britânico em qualquer que seja a situação.
Como o controle de ponto britânico pode prejudicar a empresa?
A maior desvantagem de se usar o ponto britânico é, sem dúvidas, a ocorrência de passivos trabalhistas. Ou seja, quando um ex-funcionário decide buscar pelos seus direitos em caso de desconfiar que não recebeu tudo o que deveria ter recebido até então.
De maneira geral, o não pagamento adequado de horas extras é o principal ponto de descontentamento dos funcionários. Assim, acaba sendo a origem de muitos processos trabalhistas que geram prejuízos enormes para as organizações.
Outro ponto importante diz respeito à dificuldade que o setor de RH apresenta em fazer o controle das jornadas. O que prejudicar na gestão de equipes de forma organizada e estratégica.
Além disso, o correto registro possibilita conhecer os índices de absenteísmo. Esse indicador pode sinalizar a satisfação dos colaboradores. Por isso, ter registros fiéis e seguros é imprescindível para que o gestor possa organizar as suas equipes.
Assim, quando os registros são feitos adequadamente a relação entre o colaborador e a empresa se torna mais transparente e o funcionário trabalha mais satisfeito, de forma mais produtiva.
Nesse sentido, pode-se dizer que utilizar o controle de ponto britânico é ilegal, além de trazer prejuízo às organizações. Esse método também influencia na queda da produtividade por falhas na gestão. Assim como contribuir para o descontentamento dos colaboradores.
Diante disso, é fundamental fazer uma análise a respeito de outras possíveis formas de controle das jornadas, que são mais eficientes e seguras. Atualmente existem sistemas eletrônicos muito eficientes, seguros e práticos, que arquivam os dados e geram relatórios.
Além disso, é possível utilizar métodos alternativos de controle, como aplicativos, que também são permitidos por lei.
O uso de métodos de controle digitais seguros
É muito comum que as empresas sofram com ações judiciais referentes a problemas na forma de realização do controle de ponto. Inclusive em alguns casos as consequências atingem níveis extraordinários. Dependendo da fama da empresa, a causa acaba se tornando alvo de notícias.
Contudo, o problema do controle de ponto britânico não consiste apenas na insatisfação por parte do funcionário. Isso porque a empresa também sofre devido às adulterações realizadas pelos seus colaboradores em alguns casos.
Mesmo diante dessa problemática muitas empresas ainda resistem a realizarem um investimento em um sistema de ponto adequado e continuam utilizando estratégias como planilhas de Excel e anotações manuais.
No entanto, com a legalização do uso dos sistemas de controle de ponto automático e digital, é possível utilizar recursos mais eficientes, práticos e seguros, como os relógios de ponto eletrônicos ou até mesmo aplicativos para celular.
O controle de ponto britânico não é um método de gerenciamento da jornada que favorece nem ao trabalhador e nem aos funcionários.
Por isso é preciso que ele seja substituído por métodos mais seguros e práticos, que sejam automatizados e registrem os horários de entrada e saída de maneira precisa. Assim, sua empresa se beneficia com a redução de problemas e ganha produtividade.
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